segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um camarada chamado Gramsci e o Brasil.

Antônio Gramsci (1891-1937), marxista e intelectual italiano, foi na sua mocidade socialista revolucionário e membro do Partido Socialista Italiano, no seio do qual fez sua iniciação ideológica. Ingressando no movimento, desde cedo demonstrou especial vocação para a militância intelectual. [...].
Em junho de 1928, foi preso e condenado a 20 anos de reclusão pelo Tribunal Especial para a Defesa do Estado.
Apesar do rigor da Casa Penal de Turi, para onde fora mandado para cumprimento da pena, o prisioneiro veio a conseguir cela individual (tendo em vista a sua frágil saúde) e recebeu permissão para escrever e fazer leitura regularmente.
A partir dos primeiros meses de 1929, Gramsci começa a redigir suas primeiras notas e apontamentos que vieram a encher, no transcorrer de seis anos, trinta e três cadernos do tipo escolar. Escreveu até 1935, enquanto a saúde o permitiu.
O tema mais importante, aliás conteúdo central da matéria dos ´Cadernos do Cárcere`, é o pensamento político do autor que traz contribuições inéditas e atualizadas ao marxismo e uma concepção pertinente da estratégia de tomada do poder (´transição para o socialismo`). [...].
Estas concepção e estratégia desenvolvidas essencialmente nos Cadernos é o que podemos chamar Gramscismo ou, mais abrangentemente, Marxismo-Gramscismo.

A CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA DE GRAMSCI
A constatação que Gramsci fez de que as sociedades capitalistas tinham diferentes estágios de desenvolvimento o levou a classificá-las em dois tipos [...]: sociedades ´orientais` e sociedades ´ocidentais`, denominação que não têm propriamente significado geográfico, mas relação com o estágio de avanço político, econômico e social em que se encontram os países.
Os do tipo oriental, de capitalismo primitivo, se caracterizam por uma sociedade civil frágil, passiva, com pouca organização e sem maior articulação com o estado. Nestes países o estado é onipotente. A Rússia Czarista era sociedade deste tipo em 1917.
Os países do tipo ocidental, de capitalismo moderno, se caracterizam pela sociedade civil forte, ativa e razoavelmente bem articulada com a sociedade política. O estado é a primeira ´defesa` dos interesses da classe dominante, à retaguarda do qual se desenvolve uma poderosa rede de ´trincheiras` e ´barreiras’, representadas por organismos e instituições governamentais e privadas, por meio das quais o grupo dominante exerce o domínio (coerção) e a direção (hegemonia) sobre toda a sociedade civil. As nações democráticas e de economia avançada são sociedades do tipo ocidental.

A Revolução Bolchevique foi vitoriosa na Rússia (então sociedade ´oriental`), aplicando a estratégia revolucionária marxista-leninista, caracterizada pelo assalto direto ao estado, com emprego da violência revolucionária (levante popular).”
Este modelo estratégico, porém, não teve êxito nos países da Europa Ocidental nas tentativas de tomada o poder levadas a efeito até então (1935).
Gramsci, com visão acurada e crítica, reconheceu que as condições nos países orientais e ocidentais eram diferentes e que, portanto, a transição para o socialismo tinha que obedecer a estratégias diferentes e apropriadas aos estágios de desenvolvimento de cada um deles.
O ataque frontal ao estado para a tomada imediata do poder, com emprego da violência revolucionária, foi comparada por Gramsci à ´guerra de movimento`. Esta estratégia teve êxito em países do tipo oriental [...].
Para as sociedades do tipo ocidental, mais complexas e protegidas por forte sistema de ´trincheiras e de defesas políticas e ideológicas`, a ´guerra de movimento` não se mostrara adequada. Nestas sociedades, a luta teria que ser semelhante à ´guerra de posição`, longa e obstinada, conduzida no seio da sociedade civil para conquistar cada ´trincheira` e cada defesa da classe dominante burguesa.
Em outras palavras, disputar com a classe dominante a hegemonia sobre a sociedade civil e conquistá-la como prelúdio da conquista da sociedade política e do poder.
A partir destra visão original, Gramsci desenvolveu seu conceito estratégico de transição para o socialismo.
A fim de criar as condições históricas para o advento da Sociedade Comunista, conduzir o processo progressivo de transição para o Socialismo Marxista em três fases:
- Numa primeira fase, econômico-corporativa, organizar o partido das classes subalternas, lutar pelo estado democrático e pela ampliação das franquias democráticas, abrindo espaço e condições para o desenvolvimento da ação política revolucionária;
- Numa segunda fase, lutar pela hegemonia das classes subalternas sobre a sociedade civil, tornando-a dirigente e criando as condições para a tomada do poder;
- Numa terceira fase, estatal, tomar o poder, impor a nova ordem e estabelecer o socialismo, etapa provisória e anterior de passagem para o comunismo.
Nesta concepção, o objetivo estratégico é o socialismo marxista, mas o objetivo político-ideológico é realizar a nova concepção do mundo, a nova civilização; a última síntese: o comunismo.
[...]

BRASIL E A REVOLUÇÃO NO OCIDENTE
A estratégia revolucionária de Gramsci veio bem a calhar como uma ´alternativa` acabada ao marxismo-leninismo em crise e posto sob crítica desde a queda do Muro de Berlim em 1989, principalmente para o histórico PCB. Mas não foi só por este aspecto imediato que o gramscismo veio a calhar. Efetivamente, a concepção de Gramsci veio também no momento histórico certo para o movimento revolucionário no Brasil.

O país, a partir de 1930, ganhou um projeto nacional que, apesar dos tropeços e de algumas descontinuidades, avançou consistentemente sob diferentes formas. Foi capaz de proporcionar ao Brasil magnífico progresso econômico (industrialização), político e social que se refletiu positivamente no desenvolvimento da ´sociedade civil` e na modernização do capitalismo, embora com forte participação do Estado. [...]. Esta evolução abrangente, resultado de uma ´revolução passiva` na visão gramscista, chegou ao seu momento culminante nos anos 70, como resultado do programa de desenvolvimento econômico e social da Revolução de 1964.

Segundo os comentadores de Gramsci, o Brasil deixara de ser uma sociedade semicolonial do tipo ´oriental` e, definitivamente, se tornara uma sociedade do tipo ´ocidental`. Conclusivamente, o modelo revolucionário bolchevista ou marxista-leninista de assalto ao poder (´guerra de movimento`) já não se aplica adequadamente ao Brasil, mas preferentemente a nova e atualizada concepção da ´guerra de posição`. E é isto, exatamente, o que se está desenrolando no Brasil.
Recordando as fases do processo gramsciano de transição para o socialismo, podemos dizer que a fase econômico-corporativa no Brasil teve um momento particular em 1964, quando se deu a intervenção político-militar que frustrou o projeto do PCB de tomada do poder e que também depôs o Presidente Goulart com ele aliado (que, aliás por si mesmo, tinha um projeto próprio de golpe de estado). A partir de então, o país viveu um período político autoritário que as esquerdas identificaram, por conveniência ideológica, como ´ditadura militar fascista`.

A sensibilidade política do PCB (ainda fiel ao marxismo-leninismo) e das oposições em geral os levou á formulação de um projeto comum que era muito coincidente com a concepção estratégica de Gramsci para esta fase. Possivelmente pesou a influência de intelectuais gramscistas que já apareciam no cenário das esquerdas. Os empreendimentos recomendados por Gramsci na fase econômico-corporativa foram seguidos pelo PCB, ou seja, luta pela:
- Abertura política;
- Eleições livres;
- Anistia;
- Redemocratização;
- Constituinte.

Diferentemente, grupos açodados e radicais (foquistas, trotskistas e maoístas) optaram pela insensata luta armada, ´guerra de movimento`, que não conseguiu ir além do terrorismo urbano. Foi um desastre que só resultou no endurecimento do regime e na sua maior duração. De qualquer modo, com a derrota das organizações armadas, o processo de abertura foi iniciado pelo próprio regime em 1979.
Em 1985, o país estava redemocratizado e, em 1988, uma nova Constituição que, se não chegou a antecipar uma república socialista, quase chegou a ela.
Com a crise do comunismo soviético e seus reflexos no movimento comunista do Brasil (a reformulação do PCB, transmudado em PPS, e a formação de outros partidos de inspiração gramscista) estava terminada a fase econômico-corporativa e tinha início a fase da luta pela hegemonia (1991).
Agora, a atuação mais importante passa a ser dos ´intelectuais orgânicos` e dos intelectuais tradicionais ´adesistas`.
Tirante o corpo de intelectuais orgânicos do Partido dos Trabalhadores que está bem estruturado e atuante em todos os níveis, os demais intelectuais estão difundidos nos partidos, nos órgãos de comunicação social, nas cátedras, nos ´aparelhos privados de hegemonia`, nas ONG´s, nas comunidades (de moradores, de favelas, acadêmicas, de minorias etc.) e manifestação artística, ativos e conscientes politicamente, mas sem evidências nítidas de vinculação com as organizações políticas. É uma atuação difusa, abrangente, anônima na generalidade, mas muito efetiva, ´moderna` e uníssona.
A luta pela hegemonia é desenvolvida em uma ´frente popular` tácita, nem sempre muito coesa, mas que envolve praticamente todos os partidos de esquerda. Embora divergentes em determinados aspectos teóricos e práticos, têm pontos afins de atuação revolucionária. Os empreendimentos desta fase gramsciana, envolvendo principalmente a reforma intelectual e moral da sociedade e a neutralização do aparelho hegemônico da burguesia, encontram correspondência na atuação dos partidos ´socialistas democráticos` e na dos partidos marxistas-leninistas, particularmente no ´trabalho de massa` destes, concretizando um amplo ´pluralismo socialista` que, nesta fase, é bem-vindo para todos.
Podemos fazer uma breve e imediata constatação de alguns temas trabalhados e dos resultados já alcançados, particularmente em três empreendimentos:
- Superação do Senso Comum;
- Neutralização dos aparelhos de hegemonia da burguesia;
- Ampliação do Estado.


Superação do Senso Comum
O sendo comum é o conjunto das opiniões aceitas pela generalidade das pessoas da sociedade, fazendo com que opiniões discrepantes pareçam desajustadas.
A superação do senso comum significa a substituição e modificação de valores, tradições, costumes, modo de pensar, conformidade religiosa e social, sentimentos e outros elementos que dão à sociedade coesão interna, consenso e resistência a mudanças ideológicas. [...].
Na sociedade brasileira, podemos constatar, sem muito rigor sociológico e psicológico, mas observando o ´presente e o passado` com atenção que, desde os anos 80, alguns critérios, antes bastante sólidos no senso comum, foram modificados radicalmente. As novas gerações nem podem percebê-los. [...].
Vamos tentar identificar algumas dessas mudanças, apontando, inicialmente, as que não podem ser simplesmente atribuídas a uma natural evolução social e moral, para demonstrar a existência de um impulso de ´direção consciente` por trás do fenômeno:
1) O conceito de livre opinião (independência intelectual) está sendo substituído pelo conceito de ´politicamente correto`. A legítima e franca opinião individual vai sendo ´socializada` por substituição pela ´opinião coletiva` politicamente (´homogênea`) correta (´ética`). Este resultado é obtido principalmente pelo ´patrulhamento ideológico` (controle intelectual, estigmatização e censura) e pela ´orquestração` (repetição).
2) O conceito da legalidade está sendo substituído pelo conceito de ´legitimidade`. A norma legal perde a eficácia diante da violação dita socialmente legítima. A invasão de terras, a ocupação de imóveis e prédios públicos, o bloqueio de vias de circulação, o saque de estabelecimentos são legítimos (éticos) porque correspondem a ´reivindicações justas`.
3) O conceito de fidelidade pessoal (dever e compromisso) é substituído pelo de ´fidelidade individual`. O prazer (em oposição à solidariedade, ao altruísmo, à abnegação) é o critério do comportamento social e moral, moderno e livre.
4) O conceito de cidadão está sendo substituído pelo conceito de ´cidadania`. O termo cidadania perde o sentido de relação do indivíduo com o estado, no ´gozo dos direitos civis e políticos e no desempenho dos deveres para com ele` e passa a ser uma relação de demanda de minorias ou de grupos organizados. [...].
5) O conceito de sociedade nacional está sendo substituído pelo de ´sociedade civil`. A comunidade como conjunto das pessoas interdependentes, com sentimentos e interesses comuns, passa a ser o espaço das classes em oposição. Embora não seja aparente, é a cena da luta de classes.
Além destes exemplos, há muitas outras ´superações` do senso comum, menos evidentes (mas visíveis e apontados) porque o ´antes` e o ´depois` já estão muito afastados no tempo e porque já estão integrados, intelectual e moralmente, principalmente no senso comum dos mais jovens da sociedade:
- A personalidade popular como protagonista da história nacional em substituição ao vulto histórico, apresentado como opressor, representante das classes dominantes e criação da ´história oficial`.
- A história ´revisada` (na interpretação marxista) que substitui a História Pátria ´oficial` (´invenção` do grupo dominante).
- A união conjugal episódica ou temporária e de pessoas do mesmo sexo em substituição à família estável e célula básica da sociedade.
- Ecletismo religioso em substituição ao compromisso e fidelidade à Igreja de opção.
- Moral laica e utilitária em substituição à moral cristã e à tradição ética ocidental.
- Discriminação racial, dita como sutil e disfarçada e como realidade que desmente a crença ´burguesa ultrapassada` de tolerância e de sociedade multirracial e miscigenada. Este conceito recente é interessante porque se tornou senso comum apesar de todas as ostensivas evidências de que é falso; resultado da ´orquestração` (afirmação repetida).
- O preconceito, como qualidade que estigmatiza as pessoas conservadoras ou discordantes de certas atitudes e comportamentos permissivos ou tolerantes.
- A informalidade em substituição à convenção e à norma social que pressupõe vinculação institucional e à tradição.
- A moralidade substituindo a ética tradicional que se diz sufocar a felicidade e a liberdade individuais.
- Os direitos humanos como proteção ao criminoso comum (identificado como vítima da sociedade burguesa) e indiferente à vítima real (identificada geralmente como burguês privilegiado).
- ´Satanização` do ´bandido de colarinho branco`, identificado como burguês corrupto e fraudador do povo.
- A opinião pública como critério de verdade maior que os valores morais tradicionais e a própria lógica, quando inconvenientes.
- A mudança como valor superior à conservação.
- A ecologia como projeto superior ao desenvolvimento econômico (´especulação` capitalista burguesa) e social. A organização popular (aparelho privado não-estatal, ´eticamente` superior ao organismo estatal burguês.
Os principais meios de difusão dos conceitos do novo senso comum são os órgãos de comunicação social, a manifestação artística, em particular o teatro e a novela, a cátedra acadêmica e o magistério em geral. A eles se soma a atividade editorial, com menor alcance social.
É preciso acrescentar que nem toda mudança do senso comum resulta de uma atuação intencional e direta destes intelectuais orgânicos. Algumas transformações são decorrentes de uma evolução social natural. O projeto gramsciano de superação do senso comum, porém, é efetivamente um elemento desencadeador do fenômeno em cadeia, criando um clima de mudanças naturalmente estimulador que elimina a estabilidade dos valores e conceitos da sociedade, enfraquecendo suas convicções culturais e sua resistência a certos projetos políticos socializantes.

Neutralização das ´Trincheiras` da Burguesia
De um modo superficial, mas apoiados nas indicações de Gramsci, podemos reconhecer as ´trincheiras` do grupo dominante, da burguesia brasileira, indentificando-as no conjunto das organizações estatais, da sociedade política e das organizações privadas da sociedade civil. Indicamos apenas algumas das mais significativas:
- O Judiciário;
- O Congresso;
- O Executivo (Governo);
- Os Partidos Políticos Burgueses;
- As Forças Armadas;
- O Aparelho Policial;
- A Igreja católica;
- O Sistema Econômico Capitalista.
A neutralização, se possível a eliminação destas ´trincheiras`, é predominantemente uma guerra psicológica (mas não só esta) visando a atingi-las e miná-las [...], por meio do:
- Enfraquecimento, pela desmoralização, desarticulação e perda de base social, política, legal e da opinião pública;
- Esvaziamento, pelo isolamento da sociedade, perda de prestígio social, perda de funções orgânicas, comprometimento ético (´denuncismo`), quebra de coesão interna, ´dissidência interna`;
- Constrangimento e inibição por meio do ´patrulhamento`, penetração ideológica, infiltração de intelectuais orgânicos.”
Resumo das idéias-força (objetivos) da penetração cultural e os temas explorados para realizá-las:


Todos os meios de formação do novo senso comum são também aqueles que se engajam na luta pela neutralização do ´aparelho hegemônico burguês`. Todavia, os elementos principais são os órgãos de comunicação de massa, não só os que estão sob controle dos intelectuais orgânicos mas ainda os outros que acompanham a ´pauta` destes, para não perderem a audiência ou os leitores dos seus veículos de divulgação.
Os órgãos da mídia ´orgânica` mantêm uma pauta permanente abrangendo os temas a serem explorados. Quando os acontecimentos não trazem por si só os escândalos, a corrupção, as denúncias e os fatos e acidentes propícios à utilização, os assuntos são trazidos a público periodicamente por meio de artifícios jornalísticos, mantendo a ´orquestração`. Não-raro, estes artifícios se valem da meia-verdade, da verdade manipulada, da ´armação`, quando não da inverdade.
Os meios de comunicação social privados e estatais da burguesia são também ´trincheiras` que devem ser neutralizadas com prioridade. Isto é feito pela aquisição ou conquista econômica e cultural, principalmente pela infiltração de intelectuais orgânicos e ocupação de espaço e posições na organização.

´Estado Ampliado`
A ´ampliação` do Estado, isto é, a absorção deste pela sociedade civil, segundo a estratégia de Gramsci, deve ser iniciada ainda na fase de luta pela hegemonia, antes mesmo da tomada do poder.
Objetivamente, este empreendimento é conduzido pela ´sociedade civil organizada`, mais precisamente, pelos ´aparelhos privados de hegemonia` das classes subalternas e dos seus aliados. A ´ampliação` se dá na medida em que estes aparelhos (organizações) vão assumindo certas funções estatais. Por isto, as chamadas organizações voluntárias não-estatais têm proliferado, muitas sob a denominação genérica de organizações não-governamentais (ONG), cuja sustentação financeira nunca tem sua origem muito bem conhecida. Mas o fato é que seus recursos não são poucos, antes são abundantes e suficientes para financiar os mais variados projetos e iniciativas e para manter um grande número de pessoas ativas sob os títulos de ambientalistas, especialistas, defensores disto e daquilo, pacifistas etc. Enfim, um exército de intelectuais orgânicos assalariados, alguns dos quais vêm ganhando notoriedade nacional e assídua presença nos meios de comunicação social.
Em termos de efetiva ´ampliação do Estado`, já é visível o papel das ONG´s no exercício de algumas funções públicas. [...] Na maioria dos casos, ainda têm forma de atuação reivindicatória e controladora do governo e dos governantes como, por exemplo, protesto e obstrução a determinadas iniciativas do Estado e a exigência de ´amplo debate` e de ´audiência` antecipada da sociedade civil como condição prévia para a realização de determinadas obras públicas e projetos sociais.
O mais significativo, porém, é o crescente número de convênios entre o Governo e organizações não-governamentais para a realização principalmente de projetos sociais e preservacionistas. Estes convênios, além de levarem recursos públicos às entidades da sociedade civil organizada, são a maneira mais eficiente, embora lenta e discreta, de realizar a ´ampliação do Estado`.
Estas novidades que, à generalidade das pessoas, podem passar por uma moderna evolução da democracia, na verdade é parte da concepção gramscista de transição para o socialismo.


Extrato de partes do livro intitulado:
“A Revolução Gramscista no Ocidente. A Concepção Revolucionária de Antônio Gramsci em os Cadernos do Cárcere”
Autor: Sérgio Augusto de Avellar Coutinho.
Estandarte Editora E.C. Ltda, Rio de Janeiro-RJ, 2002, 128p.
Todo o texto acima foi encontrado em um site militar reacionário de direita. Parece que o tal companheiro Gramsci causa gases e úlceras nos velhacos cachorrinhos do capitalismo. Mudar um mundo que se sustenta em condições de injustiça não é para covardes que ficam sentados sobre seus ovos latindo e implorando restos deixados por seus donos. Mudar o mundo é coisa para seres humanos.
 

domingo, 26 de dezembro de 2010

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ.

Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída
Quem a reconstruiu tanta vezes?
Em que casas Da Lima dourada moravam os construtores?

Para onde foram os pedreiros, na noite em que
a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma esta cheia de arcos do triunfo
Quem os ergueu?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio
Tinha somente palácios para os seus habitantes?

Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada
Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?

Tantas histórias.
Tantas questões.


(Bertold Brecht).

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Peleguismo do ABC elogiado pelo Estadão.

"
'Educação sindical'
19 de julho de 2010
0h 00
- O Estado de S.Paulo

 
A partir da próxima semana, as montadoras e grandes empresas de autopeças de São Bernardo e São Caetano passarão a liberar seus funcionários durante um dia por ano para que possam receber aulas sobre sindicalismo ministradas por professores contratados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. As primeiras turmas serão da Mercedes-Benz. Ao todo, serão beneficiados 70 mil metalúrgicos e as aulas serão dadas no clube de campo do sindicato, até que o prédio recém-comprado para essa atividade seja reformado.

A liberação de um dia de trabalho para os funcionários do setor automobilístico aprenderem sindicalismo é um dos principais itens da convenção coletiva da categoria assinada em outubro do ano passado. A iniciativa vinha sendo discutida desde 2003, quando comitês sindicais constituídos pelas empresas do ABC passaram a incluí-la na pauta de reivindicações negociada anualmente. Com as novas técnicas de produção propiciadas pelo avanço tecnológico, as lideranças sindicais perceberam que, sem treinamento e reciclagem, seus liderados tenderiam a ficar defasados. A partir daí, formação e requalificação passaram a ser tão importantes quanto os pleitos de reajuste salarial nos dissídios coletivos.

Os metalúrgicos do ABC foram fortemente atingidos pelas grandes transformações econômicas ocorridas na passagem do século 20 para o 21. Há 30 anos havia no Brasil apenas cinco montadoras, sem possibilidade de entrada de novas empresas, e os metalúrgicos podiam dar-se ao luxo de fazer greves longas e de converter o Estádio de Vila Euclides em imenso palanque político. As empresas acabavam concedendo o que os sindicalistas pleiteavam e, em seguida, repassavam para os consumidores o aumento da folha de pagamento.

A abertura econômica propiciada pelo Plano Real, nos anos 90, mudou radicalmente esse cenário. Com a chegada de novas empresas, as montadoras instaladas tiveram de competir ferozmente para manter sua posição no mercado, o que as obrigou a endurecer nos dissídios coletivos, para evitar aumento de custos. As novas tecnologias também propiciaram a informatização da produção, o que levou ao fechamento de milhares de postos de trabalho e, por tabela, enfraqueceu o poder de negociação do sindicato. Além disso, para fugir do grevismo selvagem da Central Única dos Trabalhadores, algumas montadoras instalaram novas fábricas no Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, onde o custo médio da hora trabalhada é bem menor do que no ABC.

Essas mudanças geraram uma crise no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que após a década de 90 viu despencar o número de filiados e perdeu a força política que detinha na década de 70. Desde então, a pauta de reivindicações mudou. Em vez de exigir somente aumento real, como no passado, os metalúrgicos passaram a reivindicar mais educação e treinamento. Hoje, 20 mil trabalhadores da indústria automobilística do ABC têm menos de 24 anos de idade e 35 mil têm entre 25 e 40 anos, desconhecendo assim as "lutas históricas" da categoria dos anos 70. "Não se pode afugentar as empresas e os investimentos daqui, porque de outra forma o resultado seria pior para os empregos. O trabalhador precisa entender que o sindicato tem de evoluir junto com a região. O mundo mudou, as empresas e o Estado mudaram ao longo dos últimos 30 anos. Os trabalhadores mais jovens não conhecem essa evolução", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Nobre.

Graças a essa nova mentalidade entre os metalúrgicos do ABC, que passaram a ver o patronato como parceiro, as montadoras voltaram a investir no ABC, o que levou o nível de emprego na região a registrar um crescimento surpreendente nos últimos anos. Foi para atender a esse imenso contingente de novos trabalhadores que as lideranças sindicais negociaram o acordo pelo qual eles serão liberados um dia por ano para ter aulas de sindicalismo.
                                                                    "

Ou seja: o bom cabrito não berra e o bom cordeirinho segue a cartilha à risca!
Aula de sindicalismo com a anuência e a bênção das empresas?
Acorda peão que querem te passar a linguiça!



Agradecemos à companheira que enviou este texto.

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domingo, 6 de junho de 2010

EM LUTA POR UMA VIDA PLENA E DIGNA.

A cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de violência.
Violentadas e assassinadas, levadas para outros países como produto de consumo, vitimas das clinicas clandestinas de aborto e exploradas no processo de produção.

O número de mulheres infectadas pela AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis crescem e com os números cresce também a conivência e a hipocrisia daqueles que dizem defender a vida.

A Igreja Católica tem nesse ano como tema da Campanha Fraternidade a “Defesa da Vida”, que tem por objetivo intervir nas políticas publicas e dizer o que deve ou não fazer o Estado. Eutanásia, pesquisa com células tronco, distribuição de preservativos e anticoncepcionais como a garantia de realização do aborto na rede pública, para a Igreja são atentados contra a vida.

Mas se esquecem ou escondem as milhares de mulheres que morrem a cada ano vitimas dos abortos clandestinos e em decorrência da AIDS. Morrem por serem trabalhadoras e não terem acesso a um serviço público digno e a métodos contraceptivos.

Pelas ruas das cidades, nas praças e escadarias das igrejas, crianças vagam sem casa, sem pais, sem comida e morrem sem completar 10 anos de vida.

Defender a vida é defender as mulheres pobres e trabalhadoras para que tenham direito aos métodos contraceptivos e acesso a saúde.

Defender a vida é garantir educação, moradia e saúde para nossas crianças e jovens que a cada dia são vitimas da fome, da violência que conta com o silencio do Estado.


A INTERSINDICAL ESTÁ NA LUTA DAS MULHERES E DO CONJUNTO DA CLASSE TRABALHADORA

- CONTRA AS REFORMAS DO GOVERNO LULA QUE ATACAM OS DIREITOS

- FIM DA IMPOSIÇÃO DO SERVIÇO DOMESTICO: POR CRECHES E LAVANDERIAS COLETIVAS.

- PELO DIREITO DE DECIDIR. FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO E LEGALIZAÇÃO JÁ.

- PELA CONSTRUÇÃO DE CASAS ABRIGO ÀS MULHERES VITIMAS DE VIOLENCIA

- PELA REDUÇÃO DA JORNADA, SEM REDUÇÃO DE SALARIOS E AMPLIAÇÃO DOS DIREITOS

- POR ACESSO A SAÚDE, PREVIDENCIA, EDUCAÇÃO E MORADIA



E nas lutas que não se acabam no 8 de março buscar a superação dessa sociedade capitalista e machista, construir uma nova sociedade onde mulheres e homens possam viver num mundo de iguais.



Coordenação Nacional da Intersindical.

A INTERSINDICAL viva e presente na reorganização da classe trabalhadora.

A Intersindical - Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora - criada em 2006 se consolidou com uma organização nacional presente em importantes sindicatos, oposições e coletivos em todas as regiões do País por não se pautar pelas disputas estéreis em busca de construir instrumentos que distanciados da classe repetem os velhos erros do ciclo que se encerra.

Nos construímos tendo como princípios fundamentais de nossa ação a organização da luta a partir dos locais de enfrentamento da classe contra o Capital e seu Estado, a independência dos trabalhadores em relação aos patrões e governos, a autonomia em relação aos partidos políticos, a formação como ferramenta que potencializa nossa ação, a solidariedade concreta da classe que rompe as cercas das categorias, dos vínculos de formalidade e das nações.

Nesses 4 anos de existência restabelecemos ações de solidariedade concreta entre a classe, como as paralisações nas regiões de Campinas e Baixada Santista/SP em solidariedade aos trabalhadores na Volks que lutavam contra as demissões, bem como as iniciativas de mobilização em solidariedade aos metalúrgicos na GM de SJC/SP que lutavam contra o banco de horas e a redução salarial.

A partir da analise densa da realidade intervimos na conjuntura não pelo caminho que levou boa parte da esquerda a priorizar as ações institucionais em detrimento da luta direta dos trabalhadores. Na crise quando muitos marchavam juntos com a Força Sindical, UGT e demais organizações de conciliação com os patrões, a Intersindical estava nos locais de trabalho parando a produção e a circulação de mercadorias, lutando contra a tentativa do Capital em reduzir direitos, salários e seguir com as demissões.

Estamos nas principais disputas contra os velhos e novos pelegos. Afirmando direções nos Sindicatos comprometidas com luta da classe trabalhadora, organizando e apoiando Oposições sindicais e coletivos que se formam para enfrentar os mediadores dos interesses do Capital e seus governos.

Num trabalho duro enfrentando as limitações que ainda temos, nosso esforço diário é estar com classe e não pela classe, para não estar no próximo passo fazendo contra a classe trabalhadora, como várias organizações que hoje se transformaram em instrumentos que atacam a classe para defender os interesses dos patrões e do governo.

Por estarmos com a classe e não pela classe nesse pouco tempo de existência nos consolidamos como uma Organização que é reconhecida não por retórica, mas por ação pratica e direta no cotidiano da classe trabalhadora.

Certamente é por isso que aqueles que mecanicamente numa ação completamente distanciada da classe, insistem em tentar criar uma confusão na vanguarda dos trabalhadores, usando o nosso nome, mas não conseguem o resultado que esperavam.

A Conlutas e os setores do Psol que romperam com a Intersindical no inicio de 2009 tentam através de seus chamados para o congresso que fundará uma nova central dizer que a Intersindical está nesse processo e agora propõem que o nome dessa central seja Conlutas-Intersindical, com argumento que serão as duas organizações a deixar de existir a partir do congresso de junho de 2010.

Tentam desesperadamente essa confusão, pois segundo seus próprios documentos públicos afirmam honestamente que o congresso que fundará a nova central, não terá a participação real da classe, serão pouquíssimos sindicatos presentes (informes no site da Conlutas dão conta de 40 sindicatos e 20 movimentos populares) o que resultará num congresso que terá a participação de organizações, “representações” da classe.

Reafirmamos que embora tenhamos divergências no debate de reorganização do movimento tanto com a Conlutas, como com aqueles que romperam com a Intersindical e hoje tentam se intitular como “Intersindical- instrumento de luta, unidade da classe e de construção de uma central”, isso não nos impedirá de seguir construindo a unidade na luta concreta da classe trabalhadora.

Mas a unidade não se constrói por vontade política, por intenções em discursos e muito menos com praticas oportunistas, como a que infelizmente os que estão na convocação do congresso da nova central estão fazendo. Não será o uso indevido da nossa logomarca que como outras se consolidou em importantes setores da classe trabalhadora, que trará os trabalhadores para essa nova central.

É a partir da analise da realidade que a Intersindical- Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, não participará de nenhum dos chamados “Conclat’s que se realizam até o final do 1˚semestre de 2010.

Um deles tem como o objetivo reunir CUT, CTB, Força Sindical, UGT e outras centrais sindicais e movimentos populares para construir uma agenda que tem como objetivo “impedir a volta do neoliberalismo ao País”, como se essa forma do capital se manifestar a partir da década de 90 e nada mais é do que forma, pois o conteúdo é o mesmo,tenha sido superada com a vitória do PT em 2002. Ou seja, esse encontro tem como objetivo colocar em campanha eleitoral as entidades que o convocam para tentar emplacar a sucessora de Lula a presidência da Republica.

O outro encontro reúne os setores que se colocam à esquerda e infelizmente hoje muito mais na retórica do que na ação pratica. Chamam a unidade da classe através da construção de uma “nova representação” da classe trabalhadora. Buscam desesperadamente a fundação da nova central até o fim do primeiro semestre, para que o calendário eleitoral não seja prejudicado. Argumentam que para superar a fragmentação hoje colocada é necessária a construção imediata de uma nova central. São esses mesmos setores que no cotidiano das disputas contra os instrumentos que hoje trabalham contra a classe não conseguem ao menos estarem juntos nas mesmas chapas. Exemplos como o Sinsprev-DF são didáticos, onde a divisão daqueles que estão inscritos para fundar uma nova central, possibilitou a vitória da CUT nas eleições desse Sindicato.

A Intersindical não participará do congresso que auto-proclamará a criação de uma nova central, bem como não deixará de existir como tentam de maneira oportunista dizer aqueles que infelizmente não conseguiram se consolidar na base da classe.

A central sindical necessária para classe trabalhadora será fruto da tarefa mais difícil, ou seja, reconstruir a unidade de ação a partir dos locais de trabalho, no enfrentamento direito da classe contra o Capital e seu Estado. Essa unidade não será construída através de decretos para depois buscar a classe.

Para seguir a luta por nenhum direito a menos, para avançar nas conquistas e das ações cotidianas construir como necessidade real da humanidade uma sociedade sem explorados e exploradores, uma sociedade socialista, AQUI ESTÁ A INTERSINDICAL VIVA E PRESENTE NA LUTA DA CLASSE TRABALHADORA.


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Reduzir a jornada de trabalho, manter e ampliar direitos.

Crianças morrendo dentro das fabricas, sendo engolidas por máquinas muito maiores que seus próprios corpos, mulheres parindo no meio da linha de produção, homens morrendo após mais de 20 horas de trabalho.




A luta pela redução da jornada de trabalho atravessou séculos. Homens e mulheres deram sua vida para que classe trabalhadora tivesse o direito ao mínimo descanso depois do processo cruel de produção, cuja força de trabalho é a única mercadoria que no processo de produção quanto mais se desgasta mais gera valor.



Na Europa e nos EUA os trabalhadores e trabalhadoras através das lutas construídas na década de 70/80 garantiram a redução da jornada de trabalho. O Capital na década seguinte fará seu movimento de buscar ampliar e aprofundar a exploração da classe trabalhadora em outras áreas.



A partir da década de 90 com o processo da reestruturação produtiva as grandes multinacionais impõem aos trabalhadores uma série de mudanças no processo de trabalho que garantiram a intensificação e o aumento da produtividade com as novas tecnologias e a flexibilização da jornada de trabalho.



Um dos principais mecanismos da flexibilização da jornada se deu através do Banco de Horas um sistema onde a jornada permanece inalterada, as horas extras não são pagas e fazem parte de um Banco, que serve para atender as demandas da empresa, ou seja, em picos de produção horas trabalhadas além da jornada, em baixa produção as horas trabalhadas a mais durante o pico de produção são transformadas em folgas aos trabalhadores, controladas pela empresa.



O resultado para os trabalhadores foi o aumento da exploração de sua força de trabalho, como também dos acidentes e doenças provocados pelo trabalho, porque a “Qualidade Total” marca do processo da reestruturação, veio acompanhada da piora das condições do trabalho, pois a modernidade tão propagandeada, produziu um exército de doentes no trabalho: lesões por esforços repetitivos, depressão, morte por excesso de trabalho.



A marca do período que vivemos é do prazo de validade cada vez menor de nossa força de trabalho, ou seja, o Capital combinou no país os mecanismos de intensidade e produtividade no processo de trabalho, fazendo com que os trabalhadores e as trabalhadoras adoeçam cada vez mais rápido e sejam jogados como refugo no processo de produção de valor.



Extensão das jornadas, através de horas extras, onde os trabalhadores são levados seja por um endividamento crescente e pela pressão direta das empresas a recorrem cada vez mais as horas extras. A exceção passa a ser regra: horas a mais durante a semana regular e obrigatoriedade do trabalho aos sábados e domingos.



Junto a isso o Estado através da política de reformas auxilia o Capital com várias medidas: não reconhecimento do nexo entre a doença e o trabalho exercido, altas programadas onde o trabalhador retorna ao trabalho sem as mínimas condições e estabilidade, diminuição da concessão de auxilio previdenciário entre outros fazem parte do pacote de uma reforma da previdência que há muito tempo já se realiza através de medidas provisórias ou ordens de serviço internas do governo.



Para baratear ainda mais o valor pago a única mercadoria quem tem a classe trabalhadora; sua força de trabalho, o Capital institui o banco de horas como uma nova ferramenta que adequa a jornada de acordo com sua demanda e coloca os trabalhadores a mercê das necessidades das empresas.



No Brasil parte do movimento sindical adere a proposta de Banco de Horas que veio acompanhada do argumento que seria esse um instrumento capaz de barrar as demissões. Assim sindicatos ligados à Força Sindical e uma parcela importante de sindicatos filiados a CUT fazem acordos com várias empresas aceitando o banco de horas.



Exemplos são muitos que demonstram que o Banco de Horas além de não manter ou ampliar empregos, conseguiu reduzir ainda mais o valor da força de trabalho. Destacamos os acordos dos metalúrgicos na Volks em São Bernardo e Taubaté no estado de SP, onde as demissões seguiram, a redução de salários e piso foram feitas após o banco de horas e recentemente se formalizou em acordo a obrigatoriedade de trabalho em 33 sábados no ano de 2008 na planta de Taubaté.



São essas centrais sindicais que agora constroem uma agenda de pressão institucional para exigir a redução da jornada de trabalho, mas ocultando a realidade dos trabalhadores que estão em sua base social, que amargam as conseqüências da flexibilização da jornada de trabalho.



Parte significativa do movimento sindical resiste a essa proposta de pacto com o Capital e enfrentando não só as empresas, mas também os instrumentos do Estado. Além de não se submeter ao banco de horas, consegue através da mobilização a partir dos locais de trabalho a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.



Alguns exemplos são de setores importantes da indústria metalúrgica em cidades como Campinas, Limeira, São José dos Campos no estado São Paulo que já têm jornadas reduzidas que variam entre 40 a 42 horas semanais.



Recentemente os operários na General Motors enfrentaram a proposta da empresa de implementação do Banco de Horas, com redução do piso salarial. A empresa anunciou a contratação de 600 funcionários em contrato por prazo determinado, ou seja, sem nenhum direito e o Estado através da Prefeitura e maioria da Câmara de Vereadores realizou campanha na cidade em defesa da empresa garantindo isenção de impostos. Os trabalhadores resistiram ao ataque orquestrado da multinacional e rejeitaram a redução de salários e direitos. Essa luta tem contado com a participação da Intersindical na construção de uma Campanha Nacional em defesa da ampliação dos direitos e da diminuição da jornada sem redução de salários.



É preciso que a redução da jornada de trabalho sem redução salarial seja uma realidade do conjunto da classe trabalhadora. O Capital que na década anterior ocupou a América Latina para aumentar seus lucros através da exploração da força de trabalho, segue querendo mais: na Europa está na pauta de importantes países como França e Alemanha o aumento da jornada de trabalho.



Por isso a Intersindical dentro da Campanha Nacional “Nenhum Direito a menos, avançar nas conquistas” terá a luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e direitos como parte fundamental das mobilizações que vamos construir no ano de 2008 a partir dos locais de trabalho.



Manter e ampliar direitos! Enfrentar o desemprego e todas as investidas do Capital para aumentar a exploração é a base da ação da Intersindical na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários e direitos.



Coordenação Nacional da Intersindical

A TAREFA É ORGANIZAR A LUTA A PARTIR DOS LOCAIS DE TRABALHO EM DEFESA DO EMPREGO, SALARIO E DIRETOS.

Não são só os governos que operam para atender as demandas do Capital.

Várias centrais sindicais têm se juntado aos patrões e como mediadores do Capital tem levado uma parcela importante dos trabalhadores a mais uma derrota.

A Força Sindical, central sindical criada dentro dos RH’s das empresas, faz campanha aberta junto à FIESP (principal representação patronal no País) pela redução salarial e a flexibilização de direitos.

A CTB (central recém criada pelos militantes do PCdoB que romperam com a estrutura da CUT e não com sua política) , faz um discurso, mas tem outra pratica, já assinaram acordos com redução salarial principalmente na região sul do País.

A CUT que na década de 90 através de sua direção majoritária já tinha feito as experiências de Câmara Setorial, acordos de banco de horas e redução salarial, mais uma vez tenta enganar os trabalhadores.

Tem um discurso noticiado pela imprensa onde se coloca frontalmente contra a redução de salários e direitos, mas ao mesmo tempo importantes sindicatos do Rio Grande do Sul, Minas e São Paulo (região do ABC e Sorocaba) já fizeram acordos com redução salarial, banco de horas e suspensão dos contratos de trabalho.

A Intersindical está empenhada na ampliação de nossa organização a partir dos locais de trabalho, para fortalecer a luta contra os ataques que não serão pequenos. Nossos sindicatos fazem parte daqueles que resistiram nas crises anteriores ao pacto é por isso que temos direitos que já foram entregues pelas outras centrais sindicais.

Construir a resistência e a luta a partir dos locais de trabalho e moradia, estabelecer a unidade de ação com todos os setores do movimento sindical e popular que não se renderam ao pacto com o Capital e a submissão ao governo Lula.

Por isso estamos empenhados nas mobilizações das diversas categorias: metalúrgicos, químicos, vidreiros, sapateiros, professores, funcionários públicos, operários da construção civil, trabalhadores precarizados, na informalidade e desempregados.

 
 
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NENHUM PACTO COM O CAPITAL E SEU ESTADO.

AMPLIAR A LUTA POR NENHUM DIRETO A MENOS E AVAÇAR NAS CONQUISTAS.

O Capital investe contra a classe trabalhadora para sair de mais uma de suas crises cíclicas de super produção. A manifestação da crise já em 2007 tinha em seu aspecto mais visível uma crise financeira, ou como muitos a denominaram uma crise de credito que se manifestou no setor imobiliário nos EUA.


Dessa maneira o Capital e seus agentes midiáticos tentaram esconder o conteúdo da crise, ou seja, as grandes multinacionais ao mesmo tempo em que bateram todos os recordes de produtividade e vendas, viram no segundo semestre de 2008 seus lucros despencarem.

Ao investirem pesado em novas tecnologias, exigência da concorrência entre si e da disputa pelo monopólio mais uma vez foram vitimas de sua própria gênese, ou seja, é nesse exato momento que percebem a queda tendencial de sua taxa de lucro.

Pois por mais modernos que sejam seus equipamentos e máquinas eles sozinhos não transferem valor, a única fonte produtora de riqueza e capaz de produzir valor novo é o trabalho da classe trabalhadora.

E é exatamente por isso que precisam para recuperar mais um ciclo de expansão e concentração de riqueza reduzir ao máximo o valor da nossa força de trabalho, é disso que se trata a investida dos patrões no sentido de flexibilizar a jornada com o banco de horas, tentar impor a redução de direitos e salários e propor a suspensão dos contratos de trabalho.

As grandes empresas no Brasil como a Vale além das demissões já efetivadas propõe a suspensão temporária das leis trabalhistas, a FIESP tenta impor acordos de redução de jornada com redução salarial, já afirmando que não garantira estabilidade no emprego, no máximo o “nível de emprego” nas indústrias. Em outras palavras querem reduzir os salários, demitir e contratar com salários menores.

O governo Lula que num primeiro momento dizia que o Brasil estava blindado contra a crise, no passo seguinte disse que ela não passaria de uma “marolinha” e agora seus próprios dados mostram o tsunami contra os trabalhadores. Só no mês de dezembro as demissões ultrapassam 600 mil.

O Estado age como uma das principais contra-tendencias do Capital.

Nos EUA o Tesouro e o FED, emitiram cerca de US$ 1,5 trilhão para tentar salvar as três grandes montadoras, GM, Ford, Chrysler. Antes disso fizeram um socorro aos banqueiros que resultou na estatização dos megas bancos americanos.

No Brasil, os bancos receberam R$ 160 bilhões do Banco Central, além disso, adquiriram parte do Banco Votorantim que na seqüência adquiriu a Aracruz Celulose.

O BNDES emprestou exatos R$ 78,5 bilhões para as empresas investirem. Cerca de R$5,25 bilhões saíram dos recursos do FAT. Ou seja, patrões e governo usaram dinheiro do próprio trabalhador para pagar as rescisões trabalhistas.

Dados de fevereiro mostram que US$ 1,9trilhão foi o gasto envolvendo EUA, Europa, Ásia e América Latina com a crise, isso é a riqueza produzida no Brasil durante 1 ano e meio e mesmo assim a OIT estima que serão 51 milhões de novos trabalhadores desempregados.

O anuncio da GM em demitir 10 mil trabalhadores e reduzir os salários dos que ficarem faz parte das exigências feitas pelo governo de Barack Obama para conseguir mais dinheiro público, mas fundamentalmente porque querem reduzir os direitos e os salários dos trabalhadores há muito tempo.

Portanto nada como uma crise de seu próprio sistema, para fazer os ajustes que não conseguiram nas crises passadas.

No Brasil as mais de 600 mil demissões provaram que não se tratava da marolinha que Lula tentou convencer os trabalhadores.

E o governo federal além dos recursos do FAT via o BNDES agora tentar ajudar na questão central para o Capital: a diminuição do valor da nossa força de trabalho.

O governo anunciou medidas para garantir os acordos de redução salarial usando os recursos do FGTS, ou seja, o patrão diminui o salário e o trabalhador saca o FGTS para complementar sua renda, são os trabalhadores pagando a conta dos patrões.

É certo que os setores mais atacados são os trabalhadores do setor produtivo, centrados na produção de ponta como é o caso do ramo metalúrgico.

Mas o conjunto das outras categorias na cidade e no campo também está sendo atacado. Só no nordeste em janeiros foram 20 mil demissões de trabalhadores rurais. E os empresários já exigiram do governo Lula o congelamento dos salários do funcionalismo público, além de já imporem ataques como exigência de produtividade e aumento da jornada.

 
 
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MOBILIZAR A PARTIR DOS LOCAIS DE ENFRENTAMENTO DIRETO COM O CAPITAL E SEU ESTADO.

As centrais sindicais como a Força Sindical, se dizem em defesa do emprego e ao mesmo tempo fazem campanha junto a FIESP (e para que os governos deem mais dinheiro à GM no Rio Grande do Sul) defendendo acordos de redução salarial. CUT e CTB, por exemplo, nos discursos dizem serem contra a flexibilização da jornada e a redução de salários, mas na prática já homologaram diversos acordos em São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, aceitando as imposições das empresas principalmente no setor metalúrgico.

Infelizmente outras organizações que não capitularam aos patrões, agora capitulam a um pretenso ato de unidade com essas organizações e a um programa rebaixado, como a uma mobilização descolada da classe. Ao invés de construir paralisações nos locais de trabalho, fazem coro com as centrais sindicais que apóiam os patrões e o governo, que têm como reivindicação principal a redução da taxa de juros.

As empresas que mais demitiram no País, receberam fartos recursos do governo Lula através de investimento via BNDES com os recursos do FAT.

As indústrias e não só os bancos bateram todos os recordes de lucro, graças à super exploração dos trabalhadores e aos imensos benefícios garantidos pelo governo federal.
Mas agora que suas taxas de lucro começam a despencar, precisam que mais uma vez o Estado se movimente como principal contratendencia em tempos de crise para o Capital.

Além da plataforma reduzida, essas organizações em nenhum momento tiveram acordo em combinar atos de praça e avenidas com a necessária mobilização a partir dos locais de trabalho.
Iremos denunciar as ações do governo Lula que tem colaborado cotidianamente com o Capital, mas muito mais importante do que isso realizamos nos dias 30 de março e 1◦ de abril assembléias, paralisações e bloqueios de estrada junto à classe em seus locais de trabalho e moradia.

Entendemos que é dessa maneira que vamos começar a construir as condições necessárias para a Greve Geral no Brasil, a exemplo do que têm feito os trabalhadores na Europa em especial na França, que sofrem com as mesmas saídas que o Capital busca para se livrar de mais uma crise cíclica de super produção.

Para além das praças e avenidas é necessário estarmos em luta onde o Capital age contra a classe trabalhadora.

- POR NENHUM DIREITO A MENOS, AVANÇAR NAS CONQUISTAS

- CONTRA A REDUÇÃO DE SALARIOS E DIREITOS

- CONTRA A FLEXIBILIZAÇÃO DA JORNADA, O BANCO DE HORAS E A SUSPENSÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO (como o lay-off)

- MEDIDA PROVISÓRIA DO GOVERNO GARANTINDO ESTABILIDADE NO EMPREGO.

- PELA REDUÇÃO DA JORNDA DE TRABALHO, SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS.

- AMPLIAÇÃO DO SEGURO DESEMPREGO PARA 2 ANOS E INSENÇÃO DE IMPOSTOS AOS DESEMPREGADOS.

- EM DEFESA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS : SAÚDE, PREVIDENCIA, EDUCAÇÃO, SANEAMENTO.

- REFORMA AGRARIA JÁ.

-EM DEFESA DA CAUSA PALESTINA.



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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Legião Urbana - Fábrica

Nosso dia vai chegar,
Teremos nossa vez.
Não é pedir demais:
Quero justiça,
Quero trabalhar em paz.
Não é muito o que lhe peço -
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão.

Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance.

De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?

O céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais.
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada de tanto brincar com fogo,
Que venha o fogo então.

Esse ar deixou minha vista cansada,
Nada demais.


Renato Russo.

sábado, 13 de março de 2010

A RIQUEZA PRODUZIDA... A RIQUEZA NÃO COMPARTILHADA.

As pessoas são as responsáveis pela obtenção dos valores materiais que mantém esta sociedade, sendo elas próprias, o que há de mais valioso, como toda a forma de vida.

Para o capitalista (o PATRÃO) a tua vida, de teus familiares ou qualquer outra que não seja a dele valem tanto quanto se possa extrair dinheiro dela.

A realidade e os valores de uma sociedade são definidos pelas relações de produção das riquezas e a forma como são distribuídas.

Como evitar as mazelas sociais (pobreza,violência...) em um sistema que tem por primazia a concentração de renda, desigualdade, individualismo e descaso com a condição humana e o planeta?

Não há como evitar ou sanar com medidas paliativas. Só se pode erradicar a injustiça com a total aniquilação do mal que a produz.

As empresas e os bancos não geram valores, apenas se apropriam deles. Temos de mudar essa realidade. Dispomos do poder para isso porque nós, trabalhadores e trabalhadoras de todas as partes, é que produzimos a riqueza de todo o mundo.

Já passou da hora de pegarmos a parte que nos é devida.

O capitalista conhece e teme o poder de quem ele explora, mas depende de nós por ser ele um total inútil! Abra os olhos e preste atenção e nada disso vai passar despercebido por ti.




“Com tanta riqueza por aí, onde que está... cadê tua fração?” (Plebe Rude).

DIGICON / PERTO

AUMENTO SALARIAL JÁ!

Enquanto o patrão enche a guaiaca de dinheiro o peão fica penando com os míseros centavos que restam de suas obrigações familiares, pois o salário é tão ruim que não sobra nem para entretenimento com seus filhos.

Está na hora do patrão ser pressionado contra o arrocho salarial, pois dinheiro eles têm, o que falta é na fábrica começarmos a pressão.

Cada cofre sai em média R$ 40.000 e cada caixa eletrônico R$ 20.000,isso significa que eles estão lucrando e muito a nossas custas. Quantas peças além dessas máquinas nós fabricamos aqui e não temos nenhum reconhecimento. Nem a PLR é levada a sério pela empresa que não realiza as eleições como deveria, pois só é candidato à comissão, quem o RH indicar. Também não comunica a que pé andam as propostas de pagamento da PLR. Claro que a proposta da empresa é enrolar os trabalhadores o quanto der para poder lucrar ainda mais.

Além disso, a direção do sindicato finge que coordena o processo do PLR com a empresa, aceitando o critério estabelecido pelo RH de boicotar a participação dos trabalhadores de fábrica no processo eleitoral para formação da comissão. É pior que omissão, é conivência.




CADÊ A PARTICIPAÇÃO DOS LUCROS?

Já se passaram meses e não há nenhuma discussão de participação dos lucros aqui na Digicon/Perto. Aliás o próprio Sindicato distribuiu um boletim sobre a PPR da Digicon/Perto em Agosto que não passou por aqui e sim, em outras fábricas, ou seja , falando de um assunto que nos interessa, mas em locais que não tem nada a ver conosco.

Provavelmente porque a comissão de negociação é composta por colegas dos setores de VENDAS,PCP,ENGª E COMPRAS, sem nenhum companheiro(A) do chão de fábrica.

Além disso, a diretoria do Sindicato relatou no tal boletim que:
”O SINDICATO IRÁ DESENVOLVER UM PROCESSO SISTEMÁTICO DE INFORMAÇÃO AOS TRABALHADORES DURANTE TODA A NEGOCIAÇÃO”.

Nós só queremos saber onde está esse processo de informação que nenhum trabalhador da Digicon/Perto sabe de nada, já que somente houve uma comunicação do RH que o PPR será de no máximo R$ 400,00 mas com um detalhe: que o trabalhador não pode ter atestado, faltas e ausência por estar com auxilio do INSS. Portanto, o patrão inventa para não pagar tal mixaria.
Exigimos um PPR decente para os trabalhadores da Digicon/Perto, que seja realmente relacionado com os grandes lucros que a empresa vem acumulando.

Quando é para produzir e gerar a riqueza o trabalhador é chamado de COLABORADOR, mas na hora de dividir os valores conquistados passamos a ser INCONVENIENTES.

O patrão só entende a linguagem do dinheiro, portanto vamos nos prepara para fazer doer no bolso dele se continuar a insistir em sua postura MESQUINHA.






EQUIPARAÇÃO SALARIAL NO SETOR DE SOLDA E OUTROS!

Chega a ser cômico o que o gerente de produção faz na área de solda: simplesmente ele coloca alguns companheiros novos ganhando um salário muito maior e ignora os que já estavam realizando o trabalho há muito tempo.

Significa que os que seguraram o rojão há tempos dentro da fábrica não estão sendo valorizados por esse camarada ,ALÉM DAS OUTRA PESSOAS QUE SÃO OPERADORES DE MÁQUINAS QUE ESTÃO COM SALÁRIOS DIFERENCIADOS. A panela de pressão vai EXPLODIR e com a ajuda das trapalhadas administrativas.


Queremos equiparação salarial, sem lero-lero, pois quem produz quer ser valorizado.




ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES OU DO PATRÃO?

Não pode se dizer que um local onde se paga uma mensalidade de R$ 7,00 no contra cheque e mais as taxas de aluguel para festas de R$ 300,00 , R$ 25,00 e R$ 30,00 p/ não sócio(quadra de futsal), seja do trabalhador. Ainda mais com eleições que são de portas fechadas e uma copa terceirizada.

Queremos uma associação que seja realmente dos trabalhadores e não do Patrão, que faz suas vontades e não consulta ninguém. Queremos democracia no espaço de entretenimento do trabalhador.







O BIG BROTHER DO PATRÃO CONTINUA!


Para tirar as câmeras de vigilância que estão dentro da fábrica os trabalhadores terão que dizer CHEGA DE ASSÉDIO MORAL! Não podemos aceitar a balela de que essas câmeras são para segurança patrimonial, pois se elas estivessem fora da fábrica até poderia ser, mas na produção só tem um objetivo: controlar todo o processo fabril e a tua vida.

CALOR E TRABALHO DESUMANO!

Os ventiladores da produção sumiram. Macharia, moldação, vazamento, desmoldagem e fusão, estão em falta, causando um grande problema, pois nos dias de calor é desumano trabalhar aqui numa exposição que poderá trazer danos futuros à saúde do pessoal.

Esse assunto vem sendo discutido pela CIPA e com a direção da empresa mas nada vem sendo feito. Significa que para o patrão o que importa é quantas toneladas se produziu e não quantos graus fez hoje e o quanto os funcionários estão sofrendo.

Teve ainda um “café com murcilha” onde o assunto foi tratado como sendo prioridade, mas não foi resolvido, parecendo que o café era para encher murcilha. Somente com mobilização e fazendo valer o seu direito de recusa o trabalhador poderá reverter esta situação.





GALERIA

O Ministério do Trabalho esteve aqui na empresa e notificou para adequar a NR33 (espaço confinado). Placas foram colocadas, alguns EPI´s foram comprados, mas infelizmente hoje se desce ao porão como se fôssemos ao boteco, sem nenhum procedimento da NR33.

O local é perigoso e a empresa tem a obrigação de investir em treinamento para todos os funcionários, pois os procedimentos de segurança devem ser partilhados por todos. Não adianta o patrão querer emitir advertência contra os trabalhadores, pois ninguém quer morrer para que a Süd Metal lucre. Também não adianta os chefes fazerem com que o trabalhador tenha pressa, sem ter tempo de colocar os EPI’s adequados.






CÂMERAS.

Deve haver um gênio da lâmpada que inventou a instalação de câmeras no pátio da empresa , numa tentativa desesperada de intimidar o trabalhador, tirando a sua privacidade. Assédio moral é crime e não irão intimidar os trabalhadores, a empresa deveria é pagar um PPR decente ao invés de gastar com câmeras para vigiar os funcionários.




CHEFES .

A empresa deve lucrar demais, pois o que mais se vê é chefe de braços cruzados observando o peão, como se fossem seguranças, pensando que intimidam alguém.

O trabalhador não precisa de supervisor, pois todos sabem trabalhar sozinhos e muito melhor que a maioria desses chefes incompetentes que subiram puxando o saco e dedurando os outros.

Na verdade o supervisor é para garantir a exploração, pois se todos os trabalhadores ganhassem o suficiente para as necessidades básicas e o lazer familiar e tivessem boas condições de trabalho, não precisaria de chefes e sim de grupo de apoio e logística.





ARROCHO E DESIGUALDADE SALARIAL.

Os trabalhadores da Süd Metal, vêm sofrendo o pênalti do patrão com baixos salários. As promessas são de anos e a realidade é outra. O patrão, os diretores e os chefes não cumprem nada e vão continuar prometendo sem cumprir se a mobilização dos trabalhadores não for coletiva.

Os únicos aumentos que tiveram, foram por causa da nossa pressão, o exemplo disso foi nosso abaixo-assinado, onde os funcionários demonstraram sua insatisfação e o patrão teve que pelo menos ceder um aumento real de salários para parte dos trabalhadores da fábrica e mesmo assim, esse aumento não fez nem cócegas no bolso do peão.

A pressão deve continuar, temos que exigir uma política salarial, que realmente valorize o trabalhador, sem nenhum programa de metas, onde tenha atestado e tudo mais, pois estamos falando de política salarial e não de PPR.



A solução para estes e vários problemas é manter o nível de mobilização e ampliá-lo para obter nossas conquistas. Os patrões de modo geral temem o poder daqueles que eles exploram, mas nada podem realizar sem seu trabalho que é o que realmente gera a riqueza.


O chefe do RH determinou a saída dos ônibus DEZ minutos antes do habitual dando menos tempo ainda para o pessoal tomar banho e se livrar da poeira adquirida no ambiente extremamente insalubre da fábrica. Fica a pergunta: qual é a vantagem em piorar a situação?

Recomendamos a este BURROcrata: vai rachar uma lenha! Vê se arranja algo útil prá fazer!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO SINDICAL E O PELEGUISMO.


Originalmente, pelego é a pele com a lã do carneiro, que se coloca sob a cela para que o cavalgar não machuque os quadris do cavaleiro, mas que não elimina o peso sobre o dorso do cavalo. No sindicalismo, pelego é o dirigente que foi imposto, chegou por meios escusos à direção do sindicato ou se degenerou durante os exercícios de suas funções. Visa enganar os trabalhadores e trair os seus interesses, favorecendo os patrões ou o governo, tirando proveitos pessoais disso.


Assim, as expressões “peleguismo” e “pelego” não estão, neste trabalho, como meros xingamentos. São conceitos e referem-se a um tipo de comportamento de dirigentes sindicais que não têm real compromisso com as necessidades e interesses dos trabalhadores, mas que favorecem a exploração capitalista.


Os pelegos fizeram história no sindicalismo, praticaram isso antes e no período da ditadura militar, em conluio com o governo, por meio do Ministério do Trabalho, que os tinha colocado nas direções dos sindicatos. Mas puderam e podem fazê-lo, também por meio de acordos com os patrões, diretamente. Denunciam aos patrões ou à polícia ativistas sindicais, que não se submetem a eles. Quando se sentem ameaçados, buscam corrompê-los, agredi-los fisicamente e até, se considerarem necessário, assassiná-los.


Como o de pele de carneiro, o pelego do sindicalismo se coloca sobre o trabalhador, servindo a outros.



PELEGUISMO.


No sindicalismo, são chamados de “pelegos” os dirigentes sindicais que, em troca de algum favorecimento pessoal, particularmente de benefícios materiais, fazem um discurso mentiroso para os trabalhadores, no qual dizem lutar pelos seus interesses, mas nos acordos favorecem aos patrões, Com isso, privam os seus representados dos instrumentos necessários para se defenderem.


Para ilustrar esse fato, podemos citar o caso do Joaquim dos Santos Andrade, o “Joaquinzão”, que, em 1964, foi nomeado interventor no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos pela ditadura militar e, em 1965, substituiu o interventor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (por ordem dessa mesma ditadura). Conseguiu se manter nesse posto, com eleições de “cartas marcadas”, até o final da década de 1980, quando foi para a presidência da CGT (central criada para opor-se à CUT). Joaquinzão deixa em seu lugar Luiz Antonio de Medeiros, o Medeiros da Força Sindical, cujo papel político no sindicalismo brasileiro será um dos nossos próximos temas (ROSSI, Waldemar et alli “A história da Oposição Metalúrgica” Revés do Avesso – Política Cultural e Ecumenismo, Revista do CEPE, ano 15 Centro Ecumênico de Publicações e Estudos Frei Tito de Alencar Lima São Paulo abril/maio de 2006).


A constante competição entre trabalhadores, nas tentativas individuais de alcançarem melhores condições de existência, abre espaço para uma fonte inesgotável de potenciais “Joaquinzões” e “Medeiros”. Mas existem circunstâncias em que os patrões precisam recorrer a setores, considerados como de esquerda, para fazerem valer os seus interesses no interior dos sindicatos.



RESPONDER À OFENSIVA NEOLIBERAL.


A nova política do capitalismo internacional está orientada por um pacto, conhecido como “Consenso de Washington”, que leva à adoção do modelo político econômico neoliberal, gerador da crescente concentração de rendas, do aumento da pobreza no plano mundial e das novas formas de exploração sobre os países do chamado terceiro mundo.


Os principais eixos dessa política econômica neoliberal são: a desnacionalização do mercado de consumo, a desregulamentação (fim) dos direitos dos trabalhadores, o rebaixamento salarial, a privatização das empresas públicas, a aceleração do processo de acumulação de capital nas mãos de um número cada vez menor de capitalistas, o crescimento do desemprego estrutural, levando à marginalização do consumo de grandes contingentes de assalariados.
(...)
Retomar e avançar na organização sindical de base, inclusive no interior das empresas; unifiar os sindicatos debilitados (bases dispersas pelo avanço tecnológico e a reestruturação dos metódos de trabalho que promove nas empresas); organizar as intersindicais; estas são algumas demandas colocadas aos que defendem o caminho classista para as lutas sindicais.





Os textos acima são partes integrantes do livro PARA ENTENDER OS SINDICATOS NO BRASIL: UMA VISÃO CLASSISTA de Waldemar Rossi e William Jorge Gerab editora Expressão Popular 1ªedição maio de 2009.


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